AS CORES DO HORTA
O restaurante Horta quer valorizar os legumes, tirando partido do sabor que apresentam e da sua versatilidade. São as estrelas de um restaurante onde o sabor é a palavra de ordem.
Esta é uma história de cores, antes mesmo de envolver sabores. São as cores dos legumes, variados, que decoram os pratos do restaurante Horta. São o primeiro passo numa história de sedução.
Depois, o sabor, já de si diverso, pela variedade de legumes, mas também pela forma como são confecionados, uma espécie de segredo bem guardado, mas em relação ao qual ao Chefe Santiago Anolles confessa que passa por usar, na confeção, técnicas que se usam para a carne ou peixe, como os defumados, ou os cozinhados em sal. Tudo para retirar deles o máximo sabor.
O Horta é uma aposta do grupo PortoBay na sustentabilidade da cozinha. É também uma homenagem à horta PortoBay, de onde é proveniente grande parte dos legumes consumidos e que, por que isso mesmo, variam bastante ao longo do ano, com a época e com o que a terra dá. Cerca 60 a 70 por cento da carta é legumes. Alguns pratos são na totalidade legumes ou cereais, além de haver opções sem glúten.
Santiago Anolles é uruguaio, um autodidata da cozinha que viveu um ano no Brasil e se mudou para Madrid, onde foi subchefe de cozinha no El Invernadero, com uma estrela Michelin e uma Estrela Verde. Ao longo do percurso pela cozinha o chefe especializou-se em legumes. Inspira-se na comida de fusão asiática e sul-americana e acredita que “os legumes têm um potencial muito forte”, embora “muita gente só os considere uma decoração”.
No Horta não é assim. Tudo se aproveita em nome da sustentabilidade, até as cascas dos legumes, ou os olhos, que normalmente são considerados desperdício. Aqui servem para molhos e caldos, que de resto são feitos todos os dias.
Mas o Horta não é um restaurante vegetariano, nem vegano, apesar de ter pratos vegetarianos e veganos. A carta também inclui carne, peixe e mariscos (a entrada de vieiras é simplesmente deliciosa). O que acontece é que em todos os pratos o acompanhamento tem por base os legumes. E esses legumes variam bastante. É uma comida de conforto, orientada para o sabor e para a frescura, reconhece o chefe.
Este restaurante é vizinho do Il Basílico, o bem-sucedido italiano da marca PortoBay. E partilha com ele o bar, central, onde são preparados cocktails, havendo mesmo uma sugestão do dia. Está virado para os jardins do Lido, em pleno Passeio Marítimo do Funchal.
O Horta apresenta a tradicional tonalidade suave e perene dos espaços PortoBay, à qual foi adicionada uma iluminação quente e acolhedora. O mobiliário é de madeira e todo o restaurante é muito orgânico, cheio de texturas. Foi decorado pela arquiteta de interiores Catarina Cabral.
Há também a esplanada, ampla, e rodeada de vegetação, o que, sem cortar o acesso e a vista para jardins, garante aos clientes alguma privacidade.
Nas escolhas da carta a versatilidade é a palavra de ordem. É possível um menu misto, com pratos de vegetais e com carne ou peixe. Húmus de pimentos assados e cenouras da horta, Beringela com cuscuz libanês, gaspacho, ou saladas, estão entre as opções, onde não falta o tão madeirense peixe-espada, ou o peixe do dia (charuteiro, bodião, dourada, etc.). Nas carnes pode optar por uma jarrete de vitela, um bife do acém, ou frango, por exemplo.
Em tudo isto entra o toque do Josper, um forno a carvão, fechado, que guarda a suculência dos alimentos. Um contributo mais para uma experiência cheia de sabor.