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25.08.2022

Algarve, fruta da época

por Sandra Nobre

ALGARVE, FRUTA DA ÉPOCA

 

Agora que a maioria dos turistas já gozou as férias e o Algarve volta às suas rotinas, é tempo de descobrir a região sem multidões. E se as praias continuam a ser convidativas, mesmo em época baixa, há muito mais para visitar. Reserve tempo durante a sua estada e faça-se à estrada. Cada estação tem os seus frutos e os seus encantos.

No Verão, os figos, as ameixas, os pêssegos, os morangos, a melancia, o melão e a meloa enchem de cor as bancadas dos mercados e são os grandes aliados das refeições que se querem mais frescas e leves. Já as sumarentas e doces laranjas algarvias saem dos pomares praticamente durante todo o ano, embora, as que ostentam a classificação IGP – Indicação Geográfica Protegida, de casca fina, tenham o seu pico de produção entre Dezembro e Janeiro e em Junho e Julho. Com o tempo frio, chegam os diospiros, as romãs, as tangerinas, as peras e os frutos secos, como a amêndoa, que muitas vezes se juntam aos figos também secos, são outros sabores e outras cores da mesma terra, o que é bem demonstrativo da riqueza do sul do país. É assim também com a oferta turística, nem só no Verão é tempo de férias no Algarve e pode ser uma boa surpresa sair dos trilhos ou seguir os passos dos locais.

NATUREZA

De bicicleta do Barlavento ao Sotavento
Pode parecer um desafio percorrer os 214 quilómetros que atravessam todo o Algarve, do Cabo de São Vicente até Vila Real de Santo António, mas não é preciso suar nem tentar conquistar uma camisola amarela, basta pedalar ao seu ritmo e escolher apenas um troço do percurso, com a certeza que vai chegar a lugares que nem sabia que existiam. É essa a beleza da ecovia que integra a rede europeia de rotas cicláveis e que faz parte da Rota nº1 ou Rota da Costa Atlântica, entre Sagres e a Escandinávia. Quilómetro a quilómetro, atravessam-se ciclovias, caminhos rurais e outros paralelos à movimentada Estrada Nacional 125.
Outra opção, que parte igualmente do Cabo de São Vicente, é a Via Algarviana, que segue pelo interior da região, pelo Parque Natural da Costa Vicentina. Do Barlavento ao Sotavento, percorrem-se vilas piscatórias, praias com arribas e grutas, a zona lagunar da Ria de Alvor, os campos de golfe da Quinta do Lago, a Ria Formosa, até Vila Real de Santo António, a meta desta prova. E se tomou o gosto pelas duas rodas, pode continuar viagem a partir daqui pela Grande Rota do Guadiana (GR15), até Alcoutim, mais 65 quilómetros que atravessam a serra, do litoral ao barrocal. E mesmo que não esteja a acelerar para conquistar um lugar no pódio, seja qual for a rota, conquistou o melhor dos prémios, a descoberta de paisagens que só estão ao alcance dos audazes. As vias estão assinaladas, basta alugar uma bicicleta e pode começar a pedalar, sem descuidar as regras de trânsito. Pode consultar toda a rede ciclável em www.ciclovia.pt.

Passeio de observação de pássaros

Não se esqueça do telemóvel para o passeio seguinte – é mais certo usar a câmara fotográfica do telemóvel do que levar a sua máquina profissional – mesmo que, no final, não tenha conseguido captar nenhuma das 300 espécies de aves que escolhem o Algarve como destino. Com o Outono chegam muitas das espécies para nidificação ou nas suas rotas migratórias, algumas muito raras como o Galeirão-de-crista ou o Pilrito-grande, ou outras mais habituais como o Caimão-comum, o Papa-ratos, o Pernilongo, o Abutre-do-egipto ou flamingos.
Destino por excelência de birdwatching, os ornitólogos, investigadores e fotógrafos que chegam de todo o mundo para observar aves de rapina, aves marinhas, limícolas (vivem no lodo ou lama), patos, passeriformes, entre outras espécies que se podem encontrar por todo o Algarve, ao longo do ano, seja nas zonas costeiras e nos sapais ou nas serras.
A região integra a Rede Natura 2000 – uma rede de âmbito europeu que visa assegurar a biodiversidade através da conservação ou restabelecimento dos habitats naturais para garantir a proteção das espécies –, e ainda está classificada como Zona Especial para Aves e IBA (Important Bird Area – Birdlife International). Não vai ser difícil avistar mais do que gaivotas e pode juntar esta atividade ao passeio de bicicleta. E se não importa se não conseguir uma boa fotografia, basta que faça o registo com o olhar, contemplar o que está em volta, guardar as cores do horizonte, sentir o vento, por vezes, são pequenas coisas que tornam o momento memorável.
Pode encontrar informação sobre os melhores pontos de observação em www.avesdeportugal.info/algarve



CULTURA

Museu Municipal de Lagos Dr. José Formosinho
Um mergulho na História de Lagos a partir da coleção de José Formosinho (1888-1960), notário e arqueólogo, que realizou diversos estudos e escavações no Algarve, nomeadamente, em Portimão, Lagos, Aljezur, Vila do Bispo e Monchique. Os achados foram organizados para criar o Museu de Lagos, em 1932, onde se encontram vestígios das civilizações que se fixaram no território ou que disputaram as suas terras, dos fenícios aos gregos, dos cartagineses aos romanos, até à expulsão dos mouros.
Depois de sofrer obras, o espaço museológico reabriu renovado e com uma nova exposição a complementar o acervo de arqueologia, numismática, pintura, etnografia regional e arte sacra.
É também a partir do museu que se tem acesso à Igreja de Santo António, do século XVIII. O monumento religioso impressiona com a riqueza da sua talha dourada, barroca, e o conjunto de azulejos brancos e azuis, que fazem deste um tesouro artístico do Algarve e um dos mais belos do país.



Faro Story Spot

No centro histórico de Faro, no Largo da Sé, numa casa do século XVIII, que teria sido a taberna da Pepa, onde mariscadores e pescadores paravam depois da faina e faziam venda do que vinha às redes, deu lugar a um centro de acolhimento para dar a conhecer a história da cidade, a sua ligação à Ria Formosa e a Dieta Mediterrânica. O espaço multimédia aposta na interatividade e está pensado para toda a família, tendo um biólogo e um cavalo-marinho a servir de guias aos visitantes. Não faltam histórias e, no final, não vai ficar apenas com água na boca, porque está incluída uma prova de iguarias tradicionais.
Instagram: @farostoryspot

GASTRONOMIA

 

Mercados municipais
As principais localidades algarvias têm o seu próprio mercado. Local privilegiado de venda dos produtos locais que estão na base da dieta mediterrânica, classificada como Património Cultural Imaterial da UNESCO desde 2013, disponibilizam diariamente os frescos da serra e do mar. Frutas, hortícolas, pescado, marisco e frutos secos são uma atração. Alguns juntam-lhe outras valências e também se encontra pão, doces regionais e algum artesanato.
No Mercado Municipal de Faro, no Largo Dr. Francisco Sá Carneiro, pode degustar a “Filó da Praça”, o doce da autoria de Filipa Carmo, que se tornou um ex-líbris da cidade. A jovem pasteleira, que tem somado experiência em restaurantes com estrelas Michelin, criou o doce para assinalar, este ano, o 15.º aniversário do Mercado. A Filó da Praça é confecionada com produtos 100% vegetais: o recheio é à base de laranja e amêndoa envolto numa delicada massa estaladiça.
O vermelho dos tijolos das paredes do Mercado Municipal de Olhão, debruçado sobre a Ria Formosa, não passa despercebido na paisagem. De traço singular na arquitectura, remonta a 1916 quando foram construídos os dois edifícios, um para as hortaliças e outro para o peixe, que substituiu o anterior de 1866. Aos sábados de manhã, o mercado ao ar livre no exterior, junta agricultores e produtores da região que trazem os seus produtos e dão ainda mais colorido à zona ribeirinha de Olhão.
Em Quarteira, o peixe fresco arrebata as atenções nas bancadas. Apesar dos habitantes há muito exigirem novas instalações, que o edil já veio anunciar, vale a pena a visita, porque o mercado mantém o espírito do comércio local, as suas bancadas de pedra e a variedade de produtos endógenos e sazonais. Se ficar atento às expressões que se ouvem vai dar conta das algarviadas que se usam no dia-a-dia pelos locais.

Visita às vinhas
O vinho do Algarve talvez ainda não seja a primeira escolha, mas como muitos dos recantos da região é um segredo que, aos poucos, vai sendo conhecido e os prémios que conquista, aquém e além-fronteiras, atestam a sua qualidade. Nada como ir à origem e provar o néctar para tirar a prova a limpo.
Entre Lagoa e Portimão, na vila de Estômbar, a Quinta dos Vales reflete a paixão de um homem, pelo país para onde se mudou em 1996, pelo seu vinho e pela arte da pedra, é essa a combinação que torna a quinta de 44 hectares tão especial, entre as vinhas e o jardim de esculturas. A combinação resultou e as colheitas deram frutos distinguindo-se entre os pares nas mais afamadas competições. Desde 2015, o negócio juntou pai e filho e as duas gerações deram outro impulso à produção, sempre com a mesma paixão. Os visitantes são bem-vindos, seja para provas a solo, workshops ou uma visita à adega com uma degustação comentada. Os mais entusiastas podem envolver-se na produção e até ter o seu próprio vinho, o que vai, com certeza, fazer com que volte mais vezes ao Algarve. Marque a visita, no modelo mais adequado ao tempo que quer despender: tel. 282 431 036 / www.quintadosvales.pt

A Quinta do Francês, a caminho da Serra de Monchique, proporciona uma experiência diferente. A propriedade familiar de nove hectares construída num estilo tradicional algarvio oferece uma vista sobre as colinas de Silves e os vinhedos e dá a conhecer os vinhos que refletem no seu terroir o clima quente e seco da região e a brisa marítima do Atlântico. As visitas ao vinhedo, à cave e à adega realizam-se de manhã e à tarde e podem ser em Inglês, Português ou Francês e incluir tapas a acompanhar a prova de vinhos – deve reservar antecipadamente. Tel. 282106 303 / www.quintadofrances.com

 

Provar o medronho e a doçaria tradicional
A aguardente de medronho não é para palatos delicados, mas é uma experiência a não perder, afinal como diz o ditado “Em Roma sê Romano”, no Algarve... Produzido desde o século X, pelos árabes, na zona de Monchique, mantém a produção artesanal, em alambiques de cobre, até aos dias de hoje, o que lhe vale a classificação IGP – Indicação Geográfica Protegida.
Suba ao Miradouro dos Picos para ter uma perspetiva da aldeia de Marmelete, onde há um roteiro para conhecer todo o processo de produção do medronho. A Casa do Medronho, promovida pela Junta de Freguesia local, recria uma típica destilaria e todos os utensílios usados no processo. A partir dali, pode conhecer os protagonistas que preservam a tradição até aos dias de hoje. As visitas são programadas e podem incluir outros produtos da região, desde enchidos à doçaria.
Tel. 282 955 121 / casadomedronho.com

ARTESANATO

Há sempre um souvenir a lembrar aqueles dias de férias que não se querem esquecer, mas a melhor forma de guardar essas memórias e enaltecer a experiência é levar um pouco dos saberes e das tradições do Algarve no regresso.
São muitos os artesãos que guardam os ofícios e antigas tradições da região, pelo que ficam algumas sugestões em que pode também juntar a experiência de conhecer o processo de produção: Palmas Douradas, visite o atelier de Maria João Gomes, em São Brás de Alportel (Instagram: @palmasdouradas), onde pode conhecer o trabalho da empreita da palma e todos os produtos, desde acessórios de moda a objetos de decoração; Projecto Tasa, em Loulé, onde o artesanato e o design se unem para elevar os saberes e os materiais, da cana, ao barro, da latoaria à cortiça, do vime ao linho, cruzando gerações (projectotasa.com); em Castro Marim, o Mercado Local tornou-se um espaço turístico-cultural que visa divulgar os produtos endógenos do concelho e as suas artes, onde pode encontrar desde flor de sal, mel, doces, azeite, conservas, licores, cestos de cana (www.castromarimlocalmarket.com).

 

RELAXE

 

Spa
Depois de cirandar pela região, no regresso ao PortoBay Falésia, o Blu Spa é o santuário perfeito para recuperar energias. Entregue-se a uma viagem holística ao ADN marinho numa massagem Oligomer® Spa, uma Sea Salt Scrub, uma esfoliação de cristais de sais marinhos ou uma Oxygen Anti-ageing, um ritual facial regenerador que tira partido das propriedades nutritivas de frutos como a laranja, a tangerina, a toranja e a uva, para dar continuidade às experiências locais e ficar com o Algarve colado à pele, literalmente.

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