ÁSIA NO PRATO
Técnicas e produtos de vários países fazem a carte do Avista Ásia, um restaurante que propõe uma viagem.
Pode a Ásia caber num menu de jantar? Parte desse grande continente pode! E cabe, nas propostas do Chef Rui Pinto, no Avista Ásia, do grupo PortoBay. O restaurante tem o mesmo nome do seu irmão gémeo mediterrânico – Avista – mas aqui a escolha é pan-asiática.
Japão, Indonésia, China, Tailândia, Taiwan, Índia ou Mongólia, convivem com produtos madeirenses e outros internacionais, numa fusão de sabores que reúne técnicas destes vários países, com produtos locais, que garantem à cozinha um elevado grau de frescura e sazonalidade.
A Madeira contribui com peixe, fruta da época, legumes frescos e ervas aromáticas. De outras origens chega o marisco, como o lavagante da costa da Escócia, que chega de dois em dois dias, ou a carne de bovino wagyu, que chega do Japão.
Mas tudo começa com o olhar. O Avista Ásia ocupa o piso superior de uma vila do final do século XIX, integrada num conjunto formado pelo restaurante Avista, de inspiração mediterrânica e por um bar, tudo isto integrado no hotel Les Suites at The Cliff Bay.
Em plena Estrada Monumental, tem uma vista privilegiada para o mar e para a baía do Funchal. O restaurante tem espaço exterior e até um terraço com balinesas, que permite apreciar a vista e desfrutar de uma bebida.
Para começar é feita a sugestão de um cocktail. Há opções sem álcool, outras chamadas de premium, ou então um cocktail de assinatura, o Nikka Sour, que foi buscar o nome ao whiskey japonês utilizado, o Nikka, ao qual é adicionado gengibre, mel, ananás e sumo de limão. Mas também gin japonês, ou saqué.
O Avista Ásia tem muito de japonês, mas não é apenas japonês. Também tem a ver com sushi, mas não é um restaurante de sushi, embora este esteja disponível na carta, de várias formas, assim como outras especialidades nipónicas. O Avista Ásia propõe uma viagem pelos sabores, através do menu à la carte, ou pelos menus de degustação, que podem ser de três, cinco e sete momentos, havendo, neste último, uma opção premium.
Todos os menus têm opção de pairing com vinhos. Mas a escolha pode também ser feita a partir de uma carta onde estão representadas todas as regiões portuguesas e onde também existem referências internacionais. Existem vinhos a copo, champanhes e espumante, além de uma secção batizada de “Vinhos fora da caixa”.
Seja no pairing, seja a copo, ou com a escolha de uma garrafa, o serviço de vinhos é personalizado (tal como todo o serviço da refeição). É feito um aconselhamento e são dadas tantas explicações quanto as desejadas pelo cliente. O vinho, aqui, faz parte do ritual de comer com calma, comer com prazer.
Quanto à comida, seja qual for a escolha, é normal que a mesa comece por ficar composta pelo couvert de pão a vapor, com cebolinho, nori e tártaro. A partir daqui, conforme o menu, há espaço para o Chef criar. Rui Pinto não se prende apenas à carta. Trabalha com os produtos do dia e isso pode produzir resultados surpreendentes.
Por exemplo: uma gamba violeta, é servida crua (nama), mas numa emulsão de ouriços-do-mar, salicórnia, pickle de cebola e lima e coentros. É uma entrada cheia de frescura que dá lugar a um sushi, que é escolha do chefe. Daí o nome “omakase” (deixo por sua conta, numa tradução livre).
Num restaurante asiático ficam sempre bem os dumplings, que no menu do Avista Ásia são de caranguejo.
A carne é apresentada através do wagyu servido ao estilo livre, ou seja, gunkan, mas também através de um outro prato, o Wagyu de Kagoshima, em homenagem à cidade japonesa. Outra das propostas do chef, nesta experiência, é lavagante azul, servido com molho de satay.
Tudo isto antes da sobremesa, onde Rui Pinto liga toda a experiência do jantar num sugestivo ‘Do Funchal a Tóquio’, um doce à base de maracujá, mango, gengibre e o citrino asiático yuzu.
Este é apenas um exemplo de como pode ser um menu premium no Avista, combinado com uma seleção de vinhos brancos e tintos, de diferentes castas e regiões, que culminam num Madeira para acompanhar a sobremesa. Mas a carta do restaurante tem mais escolhas, que não são apenas menus. No entanto, em comum, todas as sugestões propõem uma viagem à Ásia, através de um prato.
Tudo isto numa atmosfera urbana, perto do mar, acompanhando o anoitecer na cidade, a partir de uma das vistas mais privilegiadas do Funchal.